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Código Civil / Notícias

Juiz interdita deficiente que teve os dentes arrancados para impedir que morda o próprio corpo

O juiz Luiz Antônio Afonso Júnior decretou a interdição de Joseta Mendes da Cruz, de 58 anos, durante o Programa Justiça Ativa realizado de 14 a 17 de março, na comarca de Padre Bernardo, localizada na Região do Entorno de Brasília. A mulher é deficiente física e mental e teve os dentes arrancados para evitar que morda o próprio corpo, nos momentos de euforia.

Durante audiência, Joseta permaneceu de cabeça baixa, em seu próprio mundo, sem nada saber o que estava acontecendo ao seu redor. Seu irmão, Francisco de Mendes Ferreira, de 46 anos, contou ao magistrado que a única coisa que ela faz sozinha é comer com as próprias mãos. O resto, ela depende dos outros. “Minha irmã é muito agressiva e está sem tomar os seus remédios por falta de um médico para aviar a sua receita. O que atendia no Posto de Saúde onde moramos não está mais trabalhando no local”, afirmou francisco.

Ele disse, ainda, que Joseta fica correndo o dia todo pela casa. “Ela grita muito, fica o tempo todo mexendo no seu cabelo e de tão agressiva teve de arrancar todos os dentes da boca para não se morder”. Também contou que ela mora com sua mãe, Joana Mendes Ferreira, de 90 anos, e que gosta de ficar balançado numa rede, mas que passa o dia todo praticamente dormindo. Sobre o seu problema, afirmou que a família começou a perceber que ela era diferente quando tinha 2 anos. “Ela escuta bem, mas não fala nada”, ressaltou Francisco.

Ao proferir a sentença, o juiz Luiz Antônio, muito sensibilizado com o caso, ressaltou que o laudo médico juntado ao processo “é contundente ao afirmar que a interditanda está impossibilitada de praticar os atos da vida civil, uma vez que é deficiente física e mental e, conforme verificado no interrogatório, não tem condição alguma de gerir sua própria vida”. O cunhado da mulher, Benedito Leite da Silva, de 60 anos, foi nomeado o curador dela. A audiência foi acompanhada pelo representante do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), promotor Cláudio Prata, que requereu o reconhecimento da incapacidade de Joseta. (Texto:Lílian de França/Foto: Wagner Soares – Centro de Comunicação Social do TJGO)

FONTE: TJGO

Tags: TJGO

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