Mantida condenação de falso curandeiro que enganou idoso
13 de janeiro de 2021A 7ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve condenação de homem por estelionato praticado contra idoso. Pelo crime, ele foi condenado a prestação de serviços à comunidade por um ano e dois meses e prestação pecuniária no valor de 10 dias-multa.
De acordo com os autos, o réu e outro indivíduo não identificado abordaram idoso que se dirigia a hospital em Indaiatuba, afirmando que a vítima necessitava de um benzimento especial, feito com dinheiro, para se curar de suposta doença que o mataria. O idoso, então, sacou R$ 5 mil e deu seu cartão de crédito, como parte do ritual de “tratamento” da falsa doença. O réu foi preso em flagrante pela prática de outro de crime de estelionato, com modus operandi idêntico de abordar idosos na imediação de hospital, e foi reconhecido pela vítima.
“A jurisprudência já firmou o entendimento de que não se deve menoscabar as informações que prestam as vítimas e testemunhas dos crimes patrimoniais – inclusive quando se trata de membros das corporações de segurança -, mormente quando não se verifica a presença de motivo indicativo de propensão a mentir em desfavor do agente”, escreveu o desembargador Otavio Rocha, relator da apelação, em seu voto. “Sendo, pois, idônea a prova produzida em sede policial e em juízo, é incabível o acolhimento da tese da insuficiência probatória, até porque não trouxe a defesa do acusado contraprova capaz de depreciar o conteúdo dos elementos de convicção que o incriminam.”
O julgamento, de votação unânime, teve a participação dos desembargadores Reinaldo Cintra e Fernando Simão.
Apelação nº 0000735-80.2014.8.26.0248
FONTE: TJSP