TJ confirma condenação de testemunha que mentiu durante depoimento em ação penal
21 de outubro de 2020Sem saber da prisão de um conhecido pelo crime de tráfico de drogas, um homem prestou falso testemunho durante a instrução de um processo em unidade judicial na região do Meio-Oeste catarinense. A testemunha alegou ter conversado presencialmente com um homem no período em que ele estava preso. Assim, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), em matéria sob a relatoria do desembargador Paulo Roberto Sartorato, manteve a condenação pelo crime de falso testemunho. O acusado foi sentenciado à pena privativa de liberdade de dois anos e quatro meses de reclusão, em regime aberto, e ao pagamento de 11 dias-multa de 1/30 do salário mínimo.
A denúncia do Ministério Público apontou que, durante uma operação policial em abril de 2012, dois homens foram presos em flagrante por tráfico de drogas. No mês de outubro, um homem que realizava serviços na casa de um dos presos foi intimado como testemunha. Durante o depoimento, ele informou que teria recebido no dia seguinte ao flagrante a visita do segundo homem preso na operação. Ele chegou a dizer que interagiu com o acusado, que na verdade estava recolhido em unidade prisional.
Inconformado com a condenação em 1º grau, o homem recorreu ao TJSC. Pleiteou a absolvição ante a ausência de dolo específico próprio ao tipo penal em questão, bem como a insuficiência probatória para embasar a condenação. Subsidiariamente, pretendeu o afastamento da circunstância judicial referente a maus antecedentes.
“Dessa forma, a prova oral colhida foi firme e coerente no sentido de que o réu/apelante realizou afirmação falsa sobre fato juridicamente relevante, visando isentar o então réu (nome do dono da casa e preso por tráfico) da responsabilidade criminal pela prática da conduta a si imputada, sugerindo que, na verdade, era (nome do acusado por ele) que perpetrava o tráfico de drogas, restando evidenciado o dolo necessário para a caracterização do crime de falso testemunho”, anotou o relator em seu voto.
A sessão foi presidida pelo desembargador Carlos Alberto Civinski e dela também participou o desembargador Ariovaldo Rogério Ribeiro da Silva. A decisão foi unânime (Apelação Criminal n. 0000923-04.2015.8.24.0019/SC).
FONTE: TJSC